Na cozinha da casa onde cresci, havia um fogão que era muito mais do que um eletrodoméstico. Branco com detalhes verdes, robusto e cheio de personalidade, ele foi o centro de muitas lembranças preciosas da minha juventude.
Era um fogão de ferro esmaltado, daqueles resistentes, feito para durar décadas. Os botões tinham um toque firme, os queimadores eram espaçosos, e havia aquele forno generoso onde tantas receitas ganharam vida. O verde contrastava lindamente com o branco, criando um charme que hoje raramente se vê nos eletrodomésticos modernos.
Mas o fogão não era só um objeto. Ele fazia parte do dia a dia da casa, reunindo a família ao redor da comida preparada com paciência e carinho. Minha mãe passava horas ali, cozinhando pratos que preenchiam a casa com aromas inconfundíveis. Era ali que se faziam os bolos fofinhos para o café da tarde, os assados nos domingos em família, e até os simples ovos mexidos que tinham um sabor especial porque saíam daquele fogão que era quase um membro da casa.
Lembro-me dos dias frios, quando o calor que saía do forno tornava a cozinha o lugar mais aconchegante da casa. Ficávamos por perto, conversando, esperando o café esquentar, sentindo o cheiro dos temperos se espalhando pelo ar.
Com o passar dos anos, os fogões foram ficando mais modernos, mais automáticos, mas aquele modelo branco e verde sempre ocupou um espaço especial na minha memória. Era o símbolo de uma época em que tudo acontecia mais devagar, quando cozinhar era um gesto de amor, e a cozinha era o coração da casa.
E você, tem algum eletrodoméstico antigo que marcou sua história?
Comentários
Postar um comentário