Se há um som que marcou a infância do meu filho, foi o icônico "plim" da inicialização do Super Nintendo. Aquele pequeno console cinza, com seus cartuchos coloridos e controles cheios de botões, foi uma das grandes alegrias da casa nos anos 90 e começo dos anos 2000.
Lembro-me perfeitamente do entusiasmo nos olhos dele ao encaixar o cartucho no aparelho e apertar o botão de ligar. Cada jogo era uma nova aventura, cada fase conquistada era celebrada com pulos e risadas. Super Mario World, Donkey Kong Country, The Legend of Zelda: A Link to the Past—nomes que se tornaram parte do vocabulário cotidiano dele, e por consequência, do meu também.
Na época, eu não entendia tanto dos jogos, mas adorava vê-lo explorando aqueles mundos digitais com tanta paixão. Ele ficava sentado na sala por horas, completamente imerso, enfrentando vilões, resolvendo enigmas e descobrindo segredos escondidos. Para mim, era fascinante como aquele aparelho, com sua tecnologia simples comparada aos padrões de hoje, conseguia proporcionar tanta diversão e aprendizado.
O Super Nintendo foi lançado pela Nintendo em 1990 no Japão e em 1991 nos Estados Unidos, chegando ao Brasil pouco tempo depois. Foi a evolução do NES, trazendo gráficos melhores, som mais envolvente e uma biblioteca de jogos que até hoje é considerada uma das melhores da história dos videogames. O impacto foi tão grande que, mesmo décadas depois, ele ainda é querido por jogadores de todas as idades.
O controle do Super Nintendo tinha um formato ergonômico, com quatro botões principais (A, B, X, Y) e dois botões superiores (L e R), uma inovação para a época. Isso permitia jogos com mecânicas mais sofisticadas e desafiadoras. Meu filho rapidamente aprendeu a manuseá-lo com destreza, dominando combinações que eu jamais conseguiria repetir.
Nos finais de semana, ele chamava os amigos para jogarem juntos. A sala se transformava em um verdadeiro campeonato, com disputas acirradas em Street Fighter II, corridas emocionantes em Super Mario Kart e cooperação intensa em Turtles in Time. O Super Nintendo não era apenas um console; era um elo entre amigos, uma desculpa para risadas, desafios e novas histórias.
O que mais me impressionava era a capacidade dos jogos de cativar não apenas crianças, mas também adultos. Embora eu raramente pegasse no controle, às vezes ficava ao lado dele, torcendo, vibrando, e até mesmo me aventurando em algumas fases mais fáceis. Não eram só pixels na tela, eram experiências que se tornaram memórias preciosas.
Com o tempo, novas gerações de videogames chegaram, e o Super Nintendo foi aos poucos sendo substituído por aparelhos mais modernos. Meu filho cresceu, encontrou novos interesses e deixou o console guardado. Mas nunca esqueci o brilho nos olhos dele enquanto jogava, nem as tardes em que a casa se enchia do som dos jogos, das risadas e das pequenas celebrações a cada vitória.
Hoje, quando vejo um Super Nintendo em algum lugar, não consigo evitar um sorriso. Ele representa uma era de simplicidade, criatividade e diversão genuína—uma época em que um cartucho e um controle bastavam para transformar uma tarde comum em uma aventura inesquecível.
E você, tem algum videogame que marcou sua história?
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